Diagnóstico da Doença

Diagnóstico

O diagnóstico da dependência química requer a presença de pelo menos três dos seguintes sintomas, durante um período de um ano, resultando em consumo frequente e compulsivo para evitar sintomas de abstinência, acompanhado por problemas físicos, psicológicos e sociais:

  • Tolerância, definida pela necessidade de quantidades progressivamente maiores de uma substância para adquirir o efeito desejado; e acentuada redução do efeito da droga com o uso contínuo de mesma quantidade.
  • Abstinência, manifestada pela síndrome característica para a substância e quando a mesma droga (ou uma estreitamente relacionada) é consumida para aliviar e evitar os sintomas da abstinência.
  • Substância consumida com frequência em maiores quantidades ou por um período mais longo do que o pretendido.
  • Existência de um desejo persistente ou esforços malsucedidos para reduzir ou controlar o uso da substância. Muito tempo gasto para a sua obtenção, utilização ou na recuperação de seus efeitos.
  • Atividades sociais, ocupacionais ou recreativas abandonadas ou reduzidas em virtude do uso da droga.
  • Uso contínuo da substância apesar da consciência de ter um problema físico ou psicológico persistente ou recorrente que tende a ser causado ou exacerbado por ela.
  • Consumo acompanhado por problemas como acidentes, brigas, perda de compromissos, negligência com filhos ou com afazeres domésticos.
  • Uso da substância em situações que oferecem perigo como dirigir ou operar uma máquina.
  • Detenção por porte ou conduta desordeira relacionada à droga.

É preciso ressaltar que apenas os sintomas citados não satisfazem os critérios para determinar dependência de uma substância. Na CID-10 (Classificação Internacional de Doenças de Transtornos Mentais e de Comportamento) também é preciso reconhecer:

  • Dano real causado à saúde física e mental do usuário.
  • O fato de um padrão de uso ou uma substância em particular não serem aprovados por outra pessoa, pela cultura, ou terem levado a consequências socialmente negativas, como prisão ou briga, não é evidência de uso nocivo.
  • A intoxicação aguda ou ressaca não é evidência suficiente de dano à saúde para codificar uso nocivo.
  • O uso nocivo não deve ser diagnosticado se a síndrome de dependência, um transtorno psicótico ou outra forma específica de transtorno relacionado ao uso de drogas ou álcool estiver presente.

O conceito atual de dependência química, além de trazer critérios diagnósticos claros, aponta para a existência de diferentes graus de dependência: uso, abuso e dependência.

Uso é o consumo de alguma substância, esporádica ou episódica, sem consequências de nenhuma ordem. Abuso é o consumo associado a algum prejuízo físico, psíquico, familiar ou social. Dependência é o consumo sem controle, relacionado a graves problemas em diversas áreas da vida.